A bandeira preta está hasteada na ACI
A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha hasteia, novamente, a bandeira preta em sua sede de Novo Hamburgo, depois de vários anos.
Nossa entidade vem apoiando todos os esforços em prol da saúde de nossa população, os enormes sacrifícios para a doação de equipamentos pelos empresários para o combate ao COVID-19, o cultivo de uma consciência pró-consumo local e inúmeras outras medidas.
Ao mesmo tempo, luta para restabelecer o equilíbrio e a retomada gradual de uma economia que sofre restrições de abertura há mais de 90 dias, dialogando com autoridades e instituições médicas, públicas e privadas, numa busca ponderada pelo retorno seguro às atividades.
Todo esse esforço, e essa contagem de dias intermináveis em que ficamos em casa deveriam, conforme argumentação das autoridades públicas, servir para achatar a curva no período de inverno. Deveriam ter servido, principalmente, para que as nossas lideranças públicas planejassem a gestão de uma crise de saúde anunciada há, pelo menos, quatro meses atrás.
O governo federal remeteu grande quantidade de recursos para suprir as carências do sistema de saúde de nossas cidades, o que possibilitaria a contratação de mais profissionais e o aparelhamento das estruturas.
Somos agora informados de que não há fornecedor, e mesmo programação de compras por parte de nossos gestores públicos. Há dinheiro, mas não há cadastro que resolva, nem negociação possível. Temos respiradores, mas não temos monitores cardíacos ou leitos. A terceirização de responsabilidades transfere as consequências disto para as vítimas de sempre: os cidadãos.
O anúncio de que teríamos 10 novos leitos de UTI em Novo Hamburgo na última sexta-feira (19/junho) foi subitamente adiado, e poderia ter nos afastado do jugo da bandeira vermelha.
Cabe considerar que talvez uma proposta de comodato ou mesmo locação com os hospitais da região pudesse ter sido suficiente para nos assegurar a manutenção da bandeira laranja.
Aqui vale uma lembrança: sabemos que esta não é uma situação qualquer, e encontrar soluções não é fácil, mas a responsabilidade por execução é dos gestores públicos, que foram eleitos exatamente para isto.
Nossa atividade econômica, já tão impactada, não pode seguir abrindo e fechando, sem previsão e sem horizontes, por isso o sistema de bandeiras instituído no RS torna-se agora insuportável aos empreendedores.
Lamentamos, hasteamos a bandeira e seguiremos cobrando de nossas prefeituras, governo do estado e governo federal, as atitudes e o trabalho em prol daquele que mantém o Brasil: o contribuinte, nós todos.
Que passe logo, e que possamos em breve arriar esta bandeira e mantê-la assim.
ACI-NH/CB/EV