Confiança e suporte mútuo são essenciais em períodos de crise, diz especialista em gestão de pessoas

Por ACI: 23/08/2024

A pandemia e as enchentes no Rio Grande do Sul fizeram aflorar as emoções, como medo, aversão, raiva, tristeza e alegria, na maioria das pessoas e tornaram frequente o emprego da expressão inteligência emocional para definir a estratégia de minimização do sofrimento diante das dificuldades.

Inteligência emocional é, conforme a especialista em desenvolvimento humano organizacional Aline Dotta, palestrante de evento promovido pelo Pacto Calçadista, com o apoio da ACI, no Instituto Senai de Tecnologia em Couro e Meio Ambiente, em Estância Velha, na última quarta-feira, 21, saber lidar com as emoções, isto é, conhecer e gerenciar o que se passa comigo e com o outro. “Pessoas inteligentes emocionalmente não vão deixar de ter emoção, mas saberão lidar com ela”, disse.

Conforme Aline, tanto quanto pessoalmente, a inteligência emocional também é importante no trabalho. O educador David Rock, que defende uma liderança tranquila e menos ameaçadora, desenvolveu o Modelo SCARF, conjunto de ações que ajuda a minimizar o impacto negativo, manter a equipe motivada, focada e engajada e criar um ambiente mais resiliente e colaborativo.

S, de status (importância em relação a outros) propõe reconhecer e valorizar as contribuições e esforços dos membros da equipe. Em tempos de crise, é crucial garantir que todos se sintam apreciados e importantes para o sucesso coletivo. Por isso, deve-se oferecer feedback positivo e reconhecer publicamente os esforços individuais e coletivos.

C, de certeza, refere-se ao senso de prever o futuro e está relacionado à segurança. “O nosso cérebro está constantemente querendo saber o que vai acontecer depois”, disse Aline. Como sugestões de aplicação em tempos desafiadores, ela indica fornecer o máximo de clareza possível sobre a situação atual e as próximas etapas, manter a equipe informada sobre os desenvolvimentos e as mudanças, mesmo que as informações sejam limitadas, e priorizar a previsibilidade, que reduz a ansiedade e ajuda a manter o foco.

A, de autonomia (percepção de exercer o controle sobre o próprio ambiente), relaciona-se ao sentimento de autonomia, provocando resposta menos ameaçadora e, consequentemente, mais produtiva. “Dê à equipe o maior grau de autonomia possível dentro das circunstâncias, permita que ela tome decisões relacionadas ao seu trabalho e ofereça a oportunidade de influenciar o curso das ações. Isso pode aumentar o sentimento de controle e engajamento”, acrescentou a palestrante.

Relações sociais e justiça

R, de relações sociais/conexão, destaca a sensação de segurança em relação aos outros. Pertencer a um grupo é vital para o ser humano, assim como o sentimento de conexão e segurança nas relações interpessoais. Em tempos desafiadores, a liderança deve fortalecer os relacionamentos e criar um ambiente de apoio. Também é indicado encorajar a colaboração, oferecer suporte emocional e promover um ambiente de trabalho em que os membros da equipe se sintam conectados e apoiados. “Confiança e suporte mútuo são essenciais durante as crises”, explicou Aline Dotta.

Por fim, F, de justiça e transparência, refere-se à reação diante da injustiça, como raiva e frustração. Em tempos desafiadores, é preciso assegurar que as decisões e ações sejam vistas como justas e equitativas. O líder deve comunicar claramente como as decisões são tomadas e como as mudanças podem afetar a equipe, além de garantir a transparência e a equidade, que ajudam a manter a confiança e o engajamento.

Inteligência emocional desenvolvida

Aline Dotta enfatizou que uma emocional desenvolvida caracteriza-se por otimismo e atuação em prol do coletivo. Quem a tem age como ‘oficina’ e fonte de apoio para o(s) outro (s). “Toda pessoa sempre traz consigo as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas, e é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá e que nunca está sozinho, por mais que pense estar”, disse. Conforme Aline, fonte abastece, ressignifica e traz esperança. Também nos dá a certeza de que não estamos só e que temos e somos fontes. Por isso, especialmente em tempos de crise, seja fonte!”, concluiu.

 

 

Receba
Novidades