Empreender é um exercício diário de superação de desafios

Por ACI: 21/08/2024

Empreender é recompensador, mas é também um exercício diário de superação de adversidades, inclusive crises econômicas e fenômenos não previstos, busca contínua por inovação e ainda de engajamento de colaboradores, conquista de clientes e construção de um legado. O 10° Encontro de Empreendedorismo, que a ACI realizou na terça-feira, 20 de agosto, teve a apresentação de exemplos de sucesso em diferentes setores aos 95 profissionais que estiveram no auditório de entidade.

O presidente Robinson Klein destacou, na abertura, que a ACI tem como propósito o desenvolvimento regional sustentável, cuja base é o empreendedorismo. “Os novos movimentos econômicos que ocorrem na região têm origem na inovação e no empreendedorismo, que são o foco de eventos, como este, promovidos pelo Comitê de Jovens Empreendedores”, afirmou. A vice-presidente do CJE, Marcéli Luana da Rosa, enfatizou o histórico e o caráter inspirador do Encontro de Empreendedorismo, cuja décima edição contou com o patrocínio de diversas empresas e instituições. 

Primeira palestrante, Cristíane Cunha, sócia e COO da Aeromot, abordou o tema empreendedorismo, desafios e oportunidades e descreveu os principais fatos relacionados à aquisição e administração da empresa de 56 anos localizada no Aeroporto Internacional Salgado Filho. O negócio, feito em 2008, obrigou-a a mudar de Belo Horizonte/MG para Porto Alegre e, junto com a adaptação à cultura local, veio a doença da mãe e uma recuperação judicial inesperada.

Filha de um empresário do ramo aeronáutico na capital mineira, Cristíane ‘cresceu em meio a parafusos’, como definiu, e envolveu-se diretamente, ao longo de dez anos, nas negociações para a superação das dificuldades econômicas. Hoje sanada, a Aeromot é a empresa líder de um grupo empresarial com governança corporativa estruturada e objetivos de grande crescimento no mercado aeronáutico nos próximos dez anos, período de tempo cujo poder transformador, segundo ela, não deve ser subestimado pelos gestores de negócios.

“Empreender é algo único. Cada família define aquilo que é lhe é relevante, mas nossos aprendizados indicam que humanização das relações, paixão pelo que se propõe e parcerias sólidas, entre outros fatores, são essenciais para o sucesso dos negócios”, explicou.

Loja de sucesso em Canudos

A sequência da programação teve a apresentação do case Transformando sonho em negócio de sucesso, por Adriana Scolari, sócia-proprietária de Lojas Bob, com duas unidades no bairro Canudos, em Novo Hamburgo. A empresa iniciou as atividades em fevereiro de 2021, em plena pandemia. As dificuldades enfrentadas serviram de motivação à inovação no atendimento, no layout e nos produtos. Já no primeiro ano, mudou-se para novo endereço, mais amplo, moderno e confortável. Em 2024, a primeira filial foi aberta, no mesmo bairro.

Para superar as limitações impostas pela pandemia, a direção investiu também em canais de vendas digitais. “Descobrimos o poder que as redes sociais têm e os resultados que trazem para o nosso negócio”, disse Adriana. Lives realizadas fizeram a loja tornar-se conhecida por clientes de vários bairros e a levaram a um grande crescimento de vendas. “Crescemos entre 40% e 42% ao mês, com lucratividade de 20%”, informou. Em 2023, a loja deu outro passo importante: a abertura de seu e-commerce, através do qual busca atender a clientes de todo o país. “É uma experiência diferente da que que estávamos acostumados, mas estamos nos adaptando e colhendo bons resultados”, detalhou.

Inovação em meio a crises

A capacidade de inovar em meio a crises é uma das especialidades de Gustavo Dal Pizzol, CEO da Fiber. Em sua palestra, ele contou que chegou a Novo Hamburgo, vindo de Farroupilha, com dívida de R$ 500 mil. Em vez de lamentar, decidiu trabalhar e inovar. Em 2011, assumiu o estúdio de modelagem de calçados em que atuava e criou sua própria empresa, a Top Shoes Brazil, que rapidamente conquistou clientes no Brasil e em outros países.

Em 2018, após pesquisas de mercado, iniciou um novo negócio: a produção de calçados em máquinas de tear retilíneo, uma inovação para a época no país. A Fiber já operava com 36 máquinas importadas, estava localizada em um novo pavilhão em Campo Bom e o sistema private lable crescia quando veio a pandemia, em março 2020, que levou ao fechamento da fábrica. “Três dias depois, após noites mal dormidas e muitas horas dedicadas a pensar sobre o que venderia na pandemia, identificamos que a produção de uma máscara diferenciada poderia assegurar a nossa sobrevivência”, contou Gustavo.

Em 1º de abril, o modelo inovador foi lançado e vendeu 4 milhões de unidades, transformando a empresa de indústria têxtil em marca internacional. A receita obtida permitiu o andamento do projeto de construção de uma nova fábrica em Campo Bom, junto à RS-239, inaugurada em 2023. O local, moderno e tecnológico, é a base para novos projetos de inovação. “O foco é o futuro e as possibilidades são infinitas”, disse Gustavo.

Conforme ele, as dificuldades enfrentadas renderam um aprendizado importante a ele e à equipe: a expertise de atuar em períodos de adversidades. “Se a crise não vier naturalmente, vamos criar uma, porque só assim a gente responderá com crescimento”, disse, acrescendo que líderes não devem se acomodar e têm que criar desafios à equipe, continuamente. “Criar oportunidades é essencial para o sucesso de uma empresa, assim como descobrir os talentos das pessoas, que são as provedoras de grandes negócios”, finalizou.

Vantagens num mercado de commoditys

Última palestrante do evento, Betina Wecker, co-fundadora e vice-presidente de novos negócios da Appmax Pagamentos, apresentou a jornada empreendedora da empresa, que emprega 328 funcionários, possui mais de 170 mil sites cadastrados e já processou mais de R$ 7 bilhões em operações.

Junto com o irmão, ela criou a Appmax Pagamentos em 2018, em Novo Hamburgo, e teve que enfrentar concorrentes grandes e capitalizados, como Mercado Pago e PayPal. Após identificar oportunidades no mercado, optou por não brigar por preço e valorizar a experiência do cliente.

 Abriu mão de um crescimento mais rápido e apostou na eficiência. Para isso, prioriza a contratação de talentos que saibam como fazer e são atraídos com a proposta de um sonho grande, que só o dinheiro não compra. Mas, conforme Betina, nem todo bom profissional de mercado é bom para a empresa. O diferencial é a cultura, que começa com os fundadores e deve ser reforçada continuamente. “Não se trata apenas de regras, mas do que o fundador tolera ou não”, destacou.

Além de apostar no talento e na dedicação das pessoas, a Appmax também investe em tecnologia para aperfeiçoar suas soluções de pagamentos. Com olhar para o futuro, busca a inteligência artificial e outras tecnologias para melhorar a operação e realizar processos antes manuais. O antifraude com IA é um exemplo. É utilizado para aprovar vendas legítimas que seriam negadas em outras plataformas e, além disso, bloqueia tentativas de golpe, protegendo o site de compras fraudulentas. A tecnologia também utiliza um banco de dados para identificar o perfil do comprador e enviar mensagens apenas àqueles que têm perfil de compra. “Não é preciso pensar em desenvolver uma IA. Afinal, elas já está aí. Mas em como aplicá-la em seu negócio”, concluiu.

Patrocínio: Conexo LogisticsExatus AssessoriaSicredi PioneiraSouza Ramos Advogados e Doctor Clin Operadora de Planos de Saúde

Apoio máster: Universidade Feevale e Sebrae RS

Realização: ACI

Receba
Novidades