Empresa familiar com governança estruturada apresenta melhores resultados
Empresas familiares com processo de governança estruturado têm vida mais longa e apresentam melhores resultados. Além disso, segundo Daniela Forgiarini Pereira, psicóloga com doutorado em planejamento de carreira e palestrante do III Congresso de Direito, Cultura e Governança, realizado no último dia 05, na ACI, em Novo Hamburgo, também possuem valor de mercado 10% maior, são 5,5% mais lucrativas, apresentam 6,5% maior de retorno sobre os ativos e registram maior crescimento no faturamento.
Mas, a falta de preparação para sucessão faz com que apenas 36% das empresas passem da primeira para a segunda geração, 19% da segunda para a terceira e 7% da terceira para a quarta geração, no Brasil. Estudos indicam também que 72% das empresas familiares não possuem um plano de sucessão para os cargos-chaves voltado aos descendentes, embora 76,9% dos dirigentes consideram o planejamento sucessório importante dentro das empresas que atuam.
Daniela destaque os novos empreendedores devem ser os criadores de suas próprias carreiras, ideias e produtos. “Encontram-se evidências de que a maneira como os membros de uma determinada família lidam com suas qualidades e fraquezas revelam as perspectivas de permanência da empresa no mercado", disse.
Um processo adequado de sucessão deve ser planejado com muita antecedência, de forma gradual, e não há receita para ser líder. O fundador deve ser professor, isto é, ajudar a preparar seu sucessor. É necessário que aconteça um processo que possibilite ao fundador começar a cultivar outras atividades de interesse. Para o sucedido, a saída do cargo deve representar um novo sentido à vida. O processo de transição envolve também o desejo do pai de ver seu filho crescer em todas as suas potencialidades.
Segredos
De acordo com Daniela, alguns ‘segredos’ ajudam a tornar o processo bem-sucedido:
- Orgulho de pertencer dos herdeiros
- Planejamento da sucessão
- Disposição emocional do presidente em deixar o posto
- Comunicação
- Rede equilibrada de assessores
Principais desafios em 2024
Daniela citou alguns desafios que as empresas familiares precisam superar em relação à sucessão este ano. 30% dizem ter dificuldades para identificar profissionais qualificados, 27,7% relatam resistência à mudança, 19,2% carecem de uma estrutura para o desenvolvimento de habilidades, 7,7% enfrentam falta de suporte das lideranças e 5,4% destacam a falta de recursos.
A falta ou a limitação da comunicação à toda a empresa do plano de sucessão também comprometem os resultados. 40% comunicam apenas à alta administração e 38,5% não comunicam o plano de sucessão em nenhuma esfera da organização. A periodicidade da revisão também é determinante, mas 31,5% das empresas revisam seus planos de sucessão anualmente e 36,9% os revisam apenas quando é necessário.
“Empresas são negócios, famílias são afetos e sócios são investidores. Surpresas são os principais inimigos da empresa familiar e estrutura, organização, normas e regras são os principais aliados”, finalizou Daniela.