Falta de mão de obra especializada desafia RH das empresas

Por ACI: 15/07/2024

A falta de mão de obra especializada desafia a criatividade dos gestores de recursos humanos, que retomam velhas práticas e criam novas maneiras de atrair – e principalmente manter – bons profissionais. O tema foi debatido durante a reunião mensal do Comitê da Indústria na última sexta-feira, 12, que contou com a presença da coordenadora do Comitê Regional de Recursos Humanos da ACI (CRERH) e coordenadora do RH da Box Print, Jéssica Leuck.

Abordando o tema práticas para retenção de talentos, benefícios e dicas para atração, Jéssica disse que a pandemia acentuou a necessidade de as empresas qualificaram o processo de seleção, fazerem uma integração adequada e acolherem os novos colaboradores, para que eles permaneçam. Relatos indicam que são frequentes os casos de desligamento após dias ou meses da contratação, diante de situações adversas comuns ou da oferta de salário pouco superior de outra empresa.

“As empresas, de forma geral, estão com alta rotatividade, o que implica em aumento de custos entre 2% e 4%”, disse. Jéssica enfatizou que o fenômeno atinge todas as organizações, mas é maior entre as grandes, em que a distância entre diretores e trabalhadores é maior e ocasiona perda da ‘relação olho no olho’, o que é uma das causas do turnover elevado.

Conforme Jéssica, o absenteísmo é outra preocupação de lideranças e gestores de RH. Em empresas calçadistas menores, o índice chega a 8% e motiva a adoção de estratégias para conscientização e redução das faltas ao trabalho.

Resultados positivos

Há cerca de três anos, a Box Print iniciou um processo de mudança de cultura organizacional, com foco no acolhimento e no treinamento da equipe. Em dois momentos durante o ano, as lideranças conversam com cada um dos cerca de mil funcionários para entender seus planos e necessidades e, com isso, são registrados ganhos de qualidade, segurança, confiança e relacionamento. “Saímos do mundo virtual e passamos a valorizar o relacionamento com as pessoas, o que aumenta a ligação com a empresa”, destacou.

As lideranças também participam de treinamentos e reúnem-se mensalmente, durante quatro horas, para aprender sobre gestão de pessoas e comportamento. Para criar e manter uma relação mais próxima entre direção e funcionários, a empresa também promove roda de chimarrão com o CEO. Grupos de 20 pessoas reúnem-se mensalmente com o dirigente para dizerem o que as faz permanecer na empresa, entre outros assuntos.

Ações específicas para o controle do absenteísmo também obtêm resultados positivos. São exemplos a antecipação do calendário de vacinação contra a gripe (de maio para março) e a entrega de cesta básica de alimentos ou produtos de higiene no valor de R$ 90,00 para todo o time quando o índice de faltas é inferior a 2% ou de R$ 60,00, quando supera esse percentual. “Isso cria um clima de acolhimento e as próprias pessoas motivam-se umas às outras para não haver faltas ao trabalho”, explicou Jéssica.

A empresa também possui jovens aprendizes em seu quadro e divulga vagas nas redes sociais, no Sine, em feirões na região e através de carro de som, prática esta que voltou a fazer parte do dia a dia de cidades da região. “Pagamos o Uber para buscar e levar os candidatos de volta às suas residências”, disse, destacando que o processo de recrutamento é realizado por uma empresa especializada, de forma presencial no RS e on-line fora dele.

 

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