Instituto Penal de Novo Hamburgo inaugura fábrica de acabamentos de calçados e vai empregar 30 apenados

Por ACI: 10/08/2016

Novo Hamburgo/RS - Em uma semana de treinamento, a produção  atingiu a marca dos sete mil/dia pares de sapatos que receberam acabamentos pelas mãos de trinta apenados. A fábrica, inaugurada oficialmente, no último dia (8) , está instalada na área aos fundos do Instituto Penal de Novo Hamburgo. A expectativa é que eles produzam dez mil pares de sapatos por dia.

A iniciativa é graças a um convênio com a empresa do setor calçadista Art Line, que reformou todo o antigo espaço para abrigar a fábrica. A Art Line oferece mão de obra para as indústrias de injetados e calçados realizando acabamentos e pinturas em solados, forração de saltos e cepas, pré-fabricados, forração de palminhas e estampa em chinelos e tecidos.

Conforme o diretor da empresa Art Line, Lindemberg de Nóbrega, a ideia é expandir os negócios,  oferecer nossos serviços terceirizados para empresas que necessitem de trabalhos de acabamentos em calçados.

"Quanto mais empresários tivermos neste projeto, mais poderemos contratar mão de obra prisional, estimular a inserção ao mercado de trabalho e, assim, vivermos numa sociedade mais digna para a inclusão social"."

Para a superintendente Ane Stock, é necessário estimular parcerias de diversas áreas para contratrar mão de obra prisional. "Temos indivíduos bastante capacitados profissionalmente no sistema prisional e que busca uma chance para recomeçar uma vida mais digna", enfatizou.

A inauguração contou com representantes do Conselho da Comunidade, Judiciário, IPNH, MP, empresário, Defensoria Pública,  direção e chefia de Segurança do IPNH.

São diversos maquinários que já dão forma ao negócio, desde a esteiras, grandes máquinas de costuras, dentre outras. Os apenados atuam na pintura, aplicação de transfer, costura e acabamentos que necessitam para formar o sapato ou chinelo. Há projeção de expandir as atividades para outros estabelecimentos prisionais. Além de garantir renda aos apenados, eles ainda têm direito a remição de pena (para cada três dias de trabalho, diminui um da pena), informou o diretor do IPNH, Cesar Corrales, que planeja fechar mais convênios com empresários do município e região para acolher mão de obra prisional.

ACI - ACI integra o Conselho da Comunidade de Novo Hamburgo que, ao longo dos anos, vem realizando um trabalho para tentar minimizar as consequências da omissão que os sucessivos governos vêm cometendo em relação ao tema da execução penal.

“Na situação anterior do Presídio, não havia como instalar uma atividade produtiva e, consequentemente, oferecer a oportunidade para os apenados trabalharem e se ocuparem com atividades de reeducação. Todos sabemos e clamamos para que os presos trabalhem, levando deste período de reclusão algum ensinamento ou técnica que permita a reinserção na sociedade de outra forma que não a criminalidade. Nossos cidadãos sabem que o ócio na cadeia só piora o estado psicológico, a auto-imagem e constrói a passagem para a relação rotineira com a criminalidade. Muito importante que a empresa ART LINE tenha investido de forma ousada neste modelo. É a prova de que os bons desafios têm espaço com empresários e com a sociedade. E é mais do que justo destacar o trabalho silencioso e incansável dos voluntários deste grupo da comunidade que trabalha há anos em prol de Novo Hamburgo, liderado por Osvaldo da Silveira e pelo casal Paulo e Terezinha Ullmann,”destaca o representante da ACI no Conselho, Marco Aurélio Kirsch.

Fonte: Neiva Motta/Imprensa Susepe

De Zotti - Assessoria de Imprensa
Em 10/08/2016

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