Resumo semanal de mercados
Este documento elaborado pela SNA Advogados Associados apresenta uma análise dos mercados globais e brasileiros, incluindo perspectivas, indicadores chave e projeções para os próximos meses.
Panorama externo
Inflação ao Consumidor da Área do euro
A inflação ao consumidor (HICP) na área do euro subiu para 2,5% em janeiro, acumulado em 12 meses, em comparação com 2,4% em dezembro. O núcleo da inflação, que exclui energia, alimentos, bebidas e tabaco, manteve-se estável em 2,7%. Apesar da inflação interanual ainda não ter convergido para a meta de 2,0%, essa persistência já era esperada pelo Banco Central Europeu (BCE) devido ao efeito base observado nesse indicador. A continuidade dessa tendência, juntamente com a persistência nos preços dos serviços e do núcleo, deve ser acompanhada de perto pela autoridade monetária nos próximos meses.
Payroll (EUA)
O mercado de trabalho dos EUA criou 143 mil empregos em janeiro, abaixo das expectativas de mercado que projetavam a criação de 175 mil vagas. Apesar de ter registrado a criação de vagas abaixo das expectativas em janeiro, o mercado de trabalho dos Estados Unidos continua aquecido. Além disso, a atividade econômica segue robusta e a inflação continua resiliente e acima da meta. Esse cenário pode fazer com que o Federal Reserve (FED) seja mais cauteloso na condução da política monetária.
Atividade econômica
Indústria
Em dezembro de 2024, a produção industrial brasileira caiu 0,3% em comparação com novembro. No ano, o setor cresceu 3,1%, um avanço modesto em relação ao ano anterior. Mesmo com a desaceleração nos últimos três meses, a indústria apresentou um resultado anual positivo. O crescimento foi impulsionado por fatores como a melhora no mercado de trabalho, aumento da renda, crescimento do consumo familiar e incentivos governamentais no primeiro semestre.
Inflação
IGP-DI
O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,11% em janeiro, menor que o aumento de 0,87% do mês anterior. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou alta de 7,27%, mostrando uma tendência de crescimento. A queda no IGP-DI em janeiro ocorreu principalmente pela redução nos preços de commodities importantes como soja, minério de ferro e milho. Os preços da energia elétrica também caíram 13,58%, graças ao bônus Itaipu. No entanto, o aumento nos preços de Alimentação e Transportes impediu uma queda mais significativa do índice.
Balança comercial
Em janeiro de 2025, o Brasil registrou um saldo comercial de US$ 2,16 bilhões. Isso representa uma queda de 65,1% comparado ao mesmo período do ano anterior. As exportações diminuíram 5,7%, totalizando US$ 25,18 bilhões, enquanto as importações cresceram 12,2%, alcançando US$ 23,02 bilhões. Para 2025, espera-se um superávit comercial de US$ 82,4 bilhões, superando os US$ 74,6 bilhões de 2024. O principal destaque será o crescimento das exportações, previsto em 4,1%, impulsionado principalmente pelo setor agrícola. As importações devem crescer mais modestamente, em torno de 2,2%.
Política monetária
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a ata da última reunião, realizada nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025, na qual decidiu, por unanimidade, elevar a taxa de juros em 100 pontos base, levando a Selic para 13,25% ao ano. A ata do Copom reforça a preocupação com o processo de desancoragem das expectativas de inflação, que vem piorando de forma contínua, mesmo com uma política monetária mais restritiva. Esse ponto se torna ainda mais relevante ao considerar que um possível desvio da inflação tende a ser para cima, dado o atual balanço de riscos da autoridade monetária.
Projeções*
Indicador 2024 2025 2026
PIB (% var a a) 3,5 2,2 1,5
Desemprego (% PEA) 6,8 7,4 8,0
Câmbio (R\$/US$) 6,19 6,00 5,90
SELIC (% a a) 12,25 15,25 11,50
IPCA (% a a) 4,8 5,1 3,8
* BB Assessoramento Econômico - bb.com.br/analises