Resumo semanal de mercados

Por ACI: 18/02/2025

Este relatório oferece um panorama conciso dos principais indicadores e eventos que influenciaram os mercados, tanto no cenário externo quanto no Brasil. Inclui análises sobre inflação, atividade econômica e projeções futuras, fornecendo insights para profissionais de finanças e empresários.

A semana foi marcada por dados econômicos dos EUA surpreendendo o mercado, discursos de dirigentes do Fed, decisões tarifárias de Trump e sinais de alívio nos conflitos geopolíticos. O testemunho de Jerome Powell no Congresso reiterou que, apesar dos avanços no controle da inflação, ainda há um longo caminho a percorrer.

Panorama externo – PIB da área do euro

A economia da zona do euro cresceu 0,1% no último trimestre de 2024. O resultado mostra que as famílias estão comprando menos e as fábricas, principalmente na Alemanha, enfrentam dificuldades.

Crescimento anual
No ano, a economia cresceu 0,7%. Comparado com o fim de 2023, o crescimento foi de 0,9%. O resultado foi afetado pela queda no comércio mundial e pelos juros altos.

Desempenho por país
Portugal teve o melhor resultado (+1,5%), graças ao turismo e às compras das famílias. Já Irlanda (-1,3%), Alemanha (-0,2%) e França (-0,1%) tiveram queda nas suas economias, com problemas nas exportações e na produção industrial.

Setores da economia
O setor de serviços continua firme (+0,8%), enquanto as fábricas reduziram sua produção (-0,3%). As vendas no comércio cresceram pouco (+0,2%), mostrando que as pessoas ainda estão cautelosas para comprar.

Perspectivas
A economia da zona do euro cresceu apenas 0,1% em dezembro, como era esperado. As maiores economias da região, como Alemanha e França, estão tendo mais dificuldades para crescer.
Para 2025, espera-se uma melhora gradual. Os juros mais baixos e o mercado de trabalho aquecido devem ajudar as pessoas a consumirem mais. Acreditamos que o Banco Central Europeu vai reduzir os juros duas vezes no ano, chegando a 2,25% no final de 2025. Juros mais baixos devem ajudar a economia a crescer, especialmente nos setores que dependem de empréstimos.

Panorama externo – CPI nos EUA

Inflação ao consumidor
Os preços subiram 0,5% em janeiro, mais do que se esperava. Aumento de 0,4% no mês e 3,3% no ano.

Inflação base - Principais aumentos
Custos de moradia e energia puxaram a alta dos preços.
A inflação nos EUA cresceu 0,5% em janeiro, acima dos 0,4% vistos em dezembro. No último ano, os preços subiram 3,0%, superando tanto o valor de dezembro (2,9%) quanto as previsões do mercado. Com a inflação mais alta que o esperado, o Banco Central americano (FED) deve manter cautela este ano. Por isso, esperamos apenas uma redução de 0,25% nos juros em 2025, chegando a 4,25% no fim do ano.

Atividade econômica no Brasil

Comércio - Desempenho do varejo
As vendas caíram 0,1% em dezembro de 2024. No ano todo, cresceram 4,7%, o melhor resultado desde 2012.

Destaques setoriais
O setor de remédios e produtos de farmácia vendeu mais, enquanto as vendas de livros e materiais de escritório diminuíram. O comércio teve um ótimo ano em 2024, crescendo mais do que nos últimos 12 anos. As pessoas compraram mais porque tinham mais dinheiro no bolso e mais acesso a crédito. Para 2025, esperamos um crescimento menor, cerca de 2,2%, porque as condições econômicas devem ficar um pouco mais difíceis.

Serviços - Desempenho do setor
O setor de serviços caiu 0,5% em dezembro de 2024, após um período de forte crescimento. No total do ano, cresceu 3,1%, um resultado melhor que a média dos últimos cinco anos, que foi de 2,5%.

Atividades em destaque
Os setores que mais cresceram foram os de tecnologia e serviços profissionais, ambos com alta de 6,2%. O turismo cresceu 4,8% e os transportes 3,9%, beneficiados pela volta das viagens e maior movimentação de pessoas após a pandemia.

Perspectivas para o setor
Para 2025, esperamos um crescimento menor, de 2,2%. Isso considera que os juros devem começar a cair, o emprego deve se manter estável e as famílias devem continuar consumindo. As áreas de tecnologia e serviços profissionais devem continuar crescendo bem, enquanto outros setores podem demorar mais para se recuperar. Os serviços cresceram 3,1% em 2024, mantendo sua importância como principal setor da economia brasileira.

Este resultado confirma o que esperávamos para o ano. O bom desempenho mostra que as pessoas continuaram consumindo serviços e que as empresas conseguiram se adaptar às mudanças do mercado. Para 2025, como os juros ainda estarão altos, esperamos um crescimento menor do setor. O primeiro semestre deve ser mais fraco, mas o setor pode começar a se recuperar na segunda metade do ano, quando os juros começarem a cair.

Agricultura – Safra recorde em 2025

O Brasil deve ter uma safra histórica em 2025. A produção de soja deve chegar a 166,5 milhões de toneladas, um aumento de quase 15% em relação ao ano anterior. Este resultado vem da combinação de dois fatores: mais áreas plantadas e um clima favorável nas principais regiões produtoras.

A safra de milho também será muito boa. A produção deve alcançar 124,1 milhões de toneladas, 8,2% a mais que no ano passado. Este crescimento acontece porque os agricultores estão usando mais tecnologia e conseguindo produzir mais em cada hectare de terra. A segunda safra, chamada de "safrinha", será responsável por 75% de toda a produção.

O café também vai crescer. A produção deve chegar a 3,5 milhões de toneladas, 5,3% a mais que em 2024. Este é um resultado importante, especialmente porque o café produz mais em anos alternados. Com estes números, a agricultura brasileira continuará sendo uma parte muito importante da economia em 2025. As três culturas devem ajudar o Brasil a vender mais produtos para outros países. O momento é bom para o setor: os preços estão favoráveis, e os agricultores continuam investindo em tecnologia e melhorias.

Inflação e projeções econômicas

Inflação – IPCA de Janeiro - Menor taxa em 30 anos
A inflação de janeiro de 2025 foi de apenas 0,16%, o menor valor desde 1994. Os preços subiram menos por causa dos juros altos e do bom tempo, que ajudou a manter os preços dos alimentos mais baixos.

Energia mais barata
O principal motivo para a inflação baixa foi a redução na conta de luz. Isso aconteceu graças a um acordo com o Paraguai sobre a usina de Itaipu, que diminuiu o índice geral em 0,24 pontos.
Janeiro teve a menor inflação em 30 anos, principalmente porque a energia elétrica ficou mais barata. Com esse resultado de 0,16%, a inflação dos últimos 12 meses caiu de 4,83% para 4,56%.

Cada grupo de produtos teve um comportamento diferente no mês. Os gastos com casa (Habitação) ficaram mais baratos, caindo 0,42%, por causa da energia elétrica. Já os alimentos e bebidas ficaram 0,35% mais caros, como é comum nesta época do ano. O transporte subiu 0,28%, principalmente porque o preço do ônibus aumentou em várias cidades.

Para os próximos meses, ainda existem desafios. No mundo, as tensões entre países podem afetar os preços de produtos importantes. Aqui no Brasil, alguns setores continuam com aumentos de preços acima do esperado, especialmente os serviços.

Por causa dessas incertezas, esperamos que a inflação termine 2025 em 5,6%. Esta previsão considera tanto os riscos que mencionamos quanto o efeito dos juros altos que ainda influenciam a economia.

Projeções*
Cenário Base                    2024    2025    2026
PIB var. % a.a.                   3,5        2,2       1,5
Desemprego % da PEA   6,8       7,4         8,0
Câmbio R$/US$               6,19     6,00       5,90
SELIC % a.a.                    12,25    15,25    11,50
IPCA % a.a.                      4,8         5,6        4,0
*Fonte: BB Assessoramento Econômico - bb.com.br/analises

Irani Lassen – SNA ADVOGADOS ASSOCIADOS

 

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