Sucessão é um processo e cada empresa tem uma forma de agir
Sucessão é um processo, e cada empresa tem um tempo certo e uma forma de agir. Essa é a mensagem central dos participantes da live Como planejar a sucessão da sua empresa, realizada pela ACI e pela Faculdade IENH nesta terça-feira, 16. Participaram o presidente da ACI, Diogo Leuck, e a empresária Rosane Machado, vice-presidente de Micro e Pequena Empresa da entidade e sócia das empresas Romabc e Green+, juntamente com Renata Roos, vice-diretora da Faculdade IENH, e Luiza Fróes, professora da Instituição.
Conforme Leuck, 72% das mais de 173 mil MEIs, micro e pequenas do Vale do Sinos (em sua maioria familiares) enfrentam grandes dificuldades em planejar seu processo sucessório, ainda que este seja determinante para a continuidade dos seus negócios. “A sucessão deve começar com o desejo do fundador ou de quem está no comando em preparar o sucessor, mas a realidade é que quase sempre as empresas acabam não tratando da sucessão por falta de diálogo, de método ou simplesmente por não a priorizarem, tornando o processo doloroso e até ineficiente. É necessário um planejamento para essa jornada”, explicou o presidente da ACI, destacando que oferta de soluções aos associados nesta condição é um dos pilares da atual gestão.
A vice-diretora da Faculdade IENH, Renata Roos, disse que os cursos in company realizados pela instituição identificaram uma grande carência de informações por parte das empresas da região em relação à sucessão, o que motivou a proposição à ACI da live e do curso Negócios Perpétuos, que ocorre no dia 17 de julho, com a presença da Magda Geyer Ehlers, fundadora do Instituto Sucessor, e cases de empresas.
De acordo com Rosane, uma condição comum às empresas familiares é a ´síndrome do dono´, que é a incapacidade do fundador ou dirigente em conscientizar-se de que um dia terá que deixar o cargo para um sucessor que precisa ser preparado, mas sem ter que obrigatoriamente enfrentar os mesmos sofrimentos. Por isso, segundo ela, a gestão do comportamento é uma das primeiras ações visando à sucessão, juntamente com o planejamento. “Quando há planejamento, a sucessão é mais tranquila e mantém-se a alma do negócio”, disse, enfatizando que o processo não envolve necessariamente a contratação de executivos do mercado.
As novas gerações, na avaliação de Rosane, mostram-se mais abertas e preparadas para a sucessão, inclusive com a capacidade de utilizar novas ferramentas de gestão, mas muitos dos seus integrantes reclamam do tratamento recebido dos pais e da oposição às tentativas de inovação. Por isso, o diálogo entre gerações e a utilização de mecanismos de governança são indicados. Além disso, o processo sucessório deve ser customizado e ter início no momento em que o desconforto se fizer sentir.
Para Renata Roos, a comunicação eficaz na família e nos negócios, a cultura que evidencia os valores da empresa e o planejamento estratégico fazem com a transição de gerações ocorra de forma natural. “Quando a essência da empresa está clara para todos, as decisões não são um problema, inclusive na hora da sucessão”, justificou.
“O processo sucessório é contínuo e precisa ser constantemente ajustado. Com comunicação e tecnicidade, a sucessão é bem-sucedida, gerando resultados de caixa e felicidade a todos os envolvidos”, finalizou o presidente da ACI.